Não fui eu que disse,
"Gostaria de ver ao largo um barco que ensinasse a não engravidar.
Não sou a favor ou contra a proibição do Governo, mas algo democraticamente me diz que as leis são para cumprir. [...] Para a Drª... melhor mesmo só se um fuzileiro a agarrasse pelo braço. Faltou uma espécie de agressão para a campanha ser perfeita."
[...]
Mas concordo.
E acrescento:
- O que pensarão as Women On Waves sobre a invasão dos EUA no Iraque?
- E será que estão a pensar regressar com um barco da eutanásia?
- Mas e as leis? São mesmo para cumprir?
quinta-feira, setembro 23, 2004
terça-feira, setembro 21, 2004
Uma profissão à parte
Nunca percebi muito bem qual a lógica dos concursos anuais de professores. Afinal que outras profissões funcionam da mesma maneira? Também me custa a acreditar que os concursos sejam feitos a escassos dias do início das aulas... até as colocações dos alunos nas universidades são planeadas com bem mais antecedência. E não consigo imaginar como é que em 48h é possível apresentar-se na escola, começar a trabalhar em pleno e sobretudo organizar a sua vida pessoal depois de uma mudança de centenas de kilómetros. Incrível como as pessoas se adaptam a qualquer circunstância.
Mas hoje fiquei muito mais educada...
Fiquei a saber que o novo sistema informático do Ministério da Educação demora 7 horas a fazer a revisão das listas nacionais de colocação de professores... que pelo meio quando estava tudo pronto quase à última da hora, se descobriu um erro e tiveram de pôr a gigajoga a funcionar por mais 7 horas... aquilo terá encravado porque desta vez demorou 10h, 12h, 13h (será que tiveram de dar à manivela?); que há dois meses por lá trabalham arduamente pelos menos umas 12 funcionárias, dia e noite nas últimas semanas, com sacrifícios familiares... uma delas até desmaiou, tal era o esforço; e que foram deixadas ao abandono pela responsável que aproveitou para sair de mansinho quando as coisas começaram a dar nas vistas descaradamente... sim, porque a correr mal já vinham há muito; que as listas estão para sair há não sei quantos dias... estão por horas. Provavelmente por várias horas porque o sistema vai bloquear com o acesso simultâneo de tantos milhares de pessoas; que há países onde esta situação é de tal forma insólita que nem conseguem conceber como é que seria possível...e que coisa pouco como esta provocaria por aquelas bandas uma revolução de pais e conselhos lectivos.
Por cá é normal... é normal fazer tudo em cima da hora... é normal correr mal, afinal foi a primeira vez que se experimentou... até já se esperava que acontecesse... é normal! É normal o sistema bloquear porque toda a gente acede ao mesmo tempo... por quê? Não é suposto? É normal! Ah, não se previu a procura... É normal não se prever... não se planear... afinal o nosso desenrascanço já é quase emblema nacional! É normal as pessoas terem de se esmirrar dia e noite para as coisas funcionarem... é normal! É normal as chefias abandonarem os postos quando as coisas correm mal... e serem substítuídas de imediato por chefias feitas à pressão que percebem ainda menos dos assuntos... é normal!
Mas não é que hoje aconteceu algo anormal? Fiquei a saber que se reconheceu que as coisas correram mal... pessimamente. Afinal o que aconteceu não era normal! Mas tudo o que havia a fazer era constatar e lamentar... (Pois claro, também é uma atitude normal!)
... e esperar, esperar.
E há anos que constatamos e lamentamos... sem que a sociedade faça qualquer revolução contra situações que deixou banalizar, permitindo que o desrespeito pelas pessoas atinja o absurdo.... e esperamos, esperamos... sem saber muito bem do que é que estamos à espera.
Hoje fiquei com a certeza que está tudo na mesma... que vai continuar tudo na mesma... e que não conseguiremos deixar nunca de ser miseráveis.
Mas hoje fiquei muito mais educada...
Fiquei a saber que o novo sistema informático do Ministério da Educação demora 7 horas a fazer a revisão das listas nacionais de colocação de professores... que pelo meio quando estava tudo pronto quase à última da hora, se descobriu um erro e tiveram de pôr a gigajoga a funcionar por mais 7 horas... aquilo terá encravado porque desta vez demorou 10h, 12h, 13h (será que tiveram de dar à manivela?); que há dois meses por lá trabalham arduamente pelos menos umas 12 funcionárias, dia e noite nas últimas semanas, com sacrifícios familiares... uma delas até desmaiou, tal era o esforço; e que foram deixadas ao abandono pela responsável que aproveitou para sair de mansinho quando as coisas começaram a dar nas vistas descaradamente... sim, porque a correr mal já vinham há muito; que as listas estão para sair há não sei quantos dias... estão por horas. Provavelmente por várias horas porque o sistema vai bloquear com o acesso simultâneo de tantos milhares de pessoas; que há países onde esta situação é de tal forma insólita que nem conseguem conceber como é que seria possível...e que coisa pouco como esta provocaria por aquelas bandas uma revolução de pais e conselhos lectivos.
Por cá é normal... é normal fazer tudo em cima da hora... é normal correr mal, afinal foi a primeira vez que se experimentou... até já se esperava que acontecesse... é normal! É normal o sistema bloquear porque toda a gente acede ao mesmo tempo... por quê? Não é suposto? É normal! Ah, não se previu a procura... É normal não se prever... não se planear... afinal o nosso desenrascanço já é quase emblema nacional! É normal as pessoas terem de se esmirrar dia e noite para as coisas funcionarem... é normal! É normal as chefias abandonarem os postos quando as coisas correm mal... e serem substítuídas de imediato por chefias feitas à pressão que percebem ainda menos dos assuntos... é normal!
Mas não é que hoje aconteceu algo anormal? Fiquei a saber que se reconheceu que as coisas correram mal... pessimamente. Afinal o que aconteceu não era normal! Mas tudo o que havia a fazer era constatar e lamentar... (Pois claro, também é uma atitude normal!)
... e esperar, esperar.
E há anos que constatamos e lamentamos... sem que a sociedade faça qualquer revolução contra situações que deixou banalizar, permitindo que o desrespeito pelas pessoas atinja o absurdo.... e esperamos, esperamos... sem saber muito bem do que é que estamos à espera.
Hoje fiquei com a certeza que está tudo na mesma... que vai continuar tudo na mesma... e que não conseguiremos deixar nunca de ser miseráveis.
terça-feira, setembro 14, 2004
Opiniões
Sempre gostei de conhecer o final dos filmes, ouvir a história contada pelos outros. Sempre preferi ler os livros dos quais já tinha ouvido comentários, opiniões, interpretações. E gosto sobretudo quando a opinião é contrária à minha... fico curiosa! Mas que diferente leitura terá sido essa para chegarmos a conclusões assim tão diferentes? Que percursos de vida nos terão dado visões tão inconciliáveis?
As coisas agradam-nos quando nos identificamos com elas. E a nossa vida é a chave para essa identificação. Gostos diferentes escondem por trás experiências distintas e revelam tanto sobre quem somos e para onde queremos ir...
Mais do que ler um livro ou ver um filme, acima de tudo gosto de ouvir como os outros já leram ou viram... é a história de uma estória!
As coisas agradam-nos quando nos identificamos com elas. E a nossa vida é a chave para essa identificação. Gostos diferentes escondem por trás experiências distintas e revelam tanto sobre quem somos e para onde queremos ir...
Mais do que ler um livro ou ver um filme, acima de tudo gosto de ouvir como os outros já leram ou viram... é a história de uma estória!
domingo, setembro 12, 2004
A magia da manhã...
A cidade convida a um passeio numa manhã de Domingo...
em busca de uma qualquer mesa de café para tomar um pequeno-almoço... de um quiosque onde desfolhar uma revista e o jornal do dia...por entre ruas vazias ladeadas por grades nas montras das lojas... nem a Fnac acordou ainda... resta o Via Catarina ensonado.
Rumo em direcção à biblioteca nos jardins do Palácio... para encontrar mais uma porta fechada, que exibe na fachada um horário de que julga poder se orgulhar...
Resta o nevoeiro que esconde o rio. Resta a praia deserta. E as ondas do mar que ondulam ao ritmo de quem corre por entre as ladeiras do parque da cidade. Resta o sol a espelhar-se nas águas da foz. Resta a cidade... ela própria.
E a magia da estrada que gosto de percorrer quando regresso numa manhã de Domingo...
em busca de uma qualquer mesa de café para tomar um pequeno-almoço... de um quiosque onde desfolhar uma revista e o jornal do dia...por entre ruas vazias ladeadas por grades nas montras das lojas... nem a Fnac acordou ainda... resta o Via Catarina ensonado.
Rumo em direcção à biblioteca nos jardins do Palácio... para encontrar mais uma porta fechada, que exibe na fachada um horário de que julga poder se orgulhar...
Resta o nevoeiro que esconde o rio. Resta a praia deserta. E as ondas do mar que ondulam ao ritmo de quem corre por entre as ladeiras do parque da cidade. Resta o sol a espelhar-se nas águas da foz. Resta a cidade... ela própria.
E a magia da estrada que gosto de percorrer quando regresso numa manhã de Domingo...
quinta-feira, setembro 02, 2004
Relatividade
Cruel a facilidade com que de tanto lidarmos com a desgraça, esta se tornar banal para nós! Porque todos os dias testemunhamos desgraças maiores. E perdemos a noção que para alguns aquela é a sua desgraça... não há piores.
Curioso como as pessoas vivem o sofrimento de forma diferente. Há quem perca tudo e se queixe de nada... há quem perca muito pouco e se queixe de tudo. Acho que é com isto que é difícil lidar. Baloiçamos entre exageros numa luta desesperada em busca do equilíbrio... do nosso... perante o dos outros.
Curioso como as pessoas vivem o sofrimento de forma diferente. Há quem perca tudo e se queixe de nada... há quem perca muito pouco e se queixe de tudo. Acho que é com isto que é difícil lidar. Baloiçamos entre exageros numa luta desesperada em busca do equilíbrio... do nosso... perante o dos outros.
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