quarta-feira, dezembro 31, 2003

Olhar atento...

Uma rapariga esperava o seu voo na sala de embarque de um grande aeroporto. Como tinha ainda algumas horas, resolveu comprar um livro. Comprou também um pacote de bolachas. Sentou-se num sofá para poder descansar, comer e ler em paz. Ao seu lado sentou-se uma mulher mais velha.

Quando a rapariga pegou na primeira bolacha, a mulher também pegou numa. A rapariga sentiu-se indignada, mas não disse nada. Apenas pensou: "Que descaramento! Se eu estivesse mal disposta, era capaz de lhe dar um estalo!!" A cada bolacha que ela pegava, a mulher também pegava numa. Aquilo deixou-a tão indignada que nem conseguiu reagir. Quando restava apenas uma bolacha, ela pensou: "O que será que esta atrevida vai fazer agora?" Então a mulher dividiu a última bolacha ao meio, deixando a outra metade para ela. Aquilo era demais! Ela estava a bufar de raiva!

Pegou no livro e nas suas coisas e dirigiu-se ao local de embarque. Quando se sentou, já no interior do avião, olhou para dentro da sua mala para tirar uma caneta e, para sua surpresa, o pacote de bolachas estava lá... ainda intacto! Nesse momento não conseguiu conter a vergonha que sentia!... Apercebeu-se que o erro tinha sido seu, sempre tão distraída! Tinha-se esquecido que as suas bolachas estavam guardadas dentro da sua mala. A mulher tinha dividido as bolachas dela sem se sentir indignada, nervosa ou revoltada, enquanto ela tinha ficado transtornada e cheia de raiva pensando que estaria a dividir as dela com a mulher.

Quantas vezes na vida, somos nós que estamos a comer as bolachas dos outros? Quantas vezes reclamamos sem razão?

Antes de concluir, observemos melhor... talvez as coisas não sejam exactamente como pensamos...

Um 2004 partilhado!
Atento!
Doce!
Pleno!
Vivo!
... e renovado!!

:-)



segunda-feira, dezembro 29, 2003

Pay it forward

"Think of an idea for world change and put it in action"

Há filmes que inesperadamente se atravessam no nosso destino na hora certa, no momento exacto... para nos surpreender! Passam a fazer parte do nosso próprio destino... deixam-nos a mensagem e em troca juntam à sua, a nossa história. Se calhar somos nós que só lhes damos valor porque os conseguimos enquadrar no nosso momento e é por isso que nos surpreendem. Porque nos reconhecemos.

Há quem acredite em sinais do destino.
Eu acredito nas surpresas da vida! São uma das minhas paixões!

sábado, dezembro 27, 2003

Reflexos...

"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem eu mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudades... sei lá de quê!"

Florbela Espanca


Reflexos... de um pretendido passado!

quinta-feira, dezembro 25, 2003

Postal de Natal

25 de Dezembro de 2003, 00:00h

Tenho-te notado um tanto amargurada para com o mundo nos últimos tempos.

Presumo que te amargure também esta época. Presumo que não gostes muito do Natal, do ritual da cerimónia que se repete ano após ano em momentos reunidos pela obrigação de partilhar. Presumo que te amargure a ideia dos presentes pre-destinados ou dos santos em que todos se transformam desatando a esbanjar votos de felicidade para todos e muita paz para o mundo.

Estará o teu mundo assim tão mal, ou és tu que estás de mal com o mundo?

Que tal se parasses um pouco, respirasses fundo e abrisses os olhos? Agora procura-a... sim, estás a ver? A vida! Essa que tens à tua frente e que não queres receber. Aquela que todos têm e que só alguns sabem transformar em felicidade. E tu? Já experimentaste? Vê lá bem, olha que eu acho que não te tens esforçado o suficiente. Não consegues? Aprendes! Também se aprende, sabias?

O mundo não é perfeito, e depois? Tu és?
Esvazia-te da revolta, deixa de ser cobarde e tem a coragem de finalmente...mudar.

Um dia vais gostar dos enfeites e das prendas; dos votos de Boas Festas; vais respirar o espírito natalício que brotará dos teus olhos.

Um dia vais gostar do Natal... quando estiveres em paz contigo.
... quando fores feliz.


Assinado,
Pai Natal

terça-feira, dezembro 23, 2003

Server Error...

Tudo funciona num ténue limite, prestes a explodir ao mínimo sinal de sobrecarga. Nós, as coisas e o Mundo.

Até quando permanecerei acorrentada a viver nos meus limites?

segunda-feira, dezembro 22, 2003

Fora de horas...

"Hay descubierto un país que nunca duerme"

Gostava de viver num país assim...

sábado, dezembro 20, 2003

Tirar o ticket...

Filas no trânsito, filas na secretaria, filas nos correios, filas no banco, filas na loja, filas no cinema, filas no supermercado, filas no restaurante...
Mas por que será que toda a gente se lembra de fazer as coisas ao mesmo tempo?!

As filas deprimem-me... são o reflexo de subdesenvolvimento que sou obrigada a lembrar todos os dias.

quarta-feira, dezembro 17, 2003

Pen friend...

Quando o correio era a única forma de comunicarmos, trocavamos cartas longas e recheadas de novidades. A milhares de Km de distância, o tempo de espera fazia de cada carta um momento especial.

Agora temos a net... os segundos de distância transformaram o nosso vocabulário e cada e-mail tornou-se uma obrigação. Parece que quanto mais próximos, menos temos para nos dizer...

Há amizades que precisam ser consumidas devagar, para que cada momento não perca o seu brilho e possa ser reconhecido na imensidão de luzes da vida.

domingo, dezembro 14, 2003

quarta-feira, dezembro 10, 2003

Renascer...

Hoje é o primeiro dia do resto da minha vida.
Finalmente, prestes a iniciar um novo capítulo.

Troquei de equipa... mudei de camisola. Não vendi a alma, antes ofereci dedicação quase exclusiva. Apostei em novas regras e tracei outras metas, confiante nos novos treinadores.

Foi um risco assumido... espero daqui a algum tempo ter ganho o jogo contra mim própria!

terça-feira, dezembro 09, 2003

Preguiça...

Não me apetece arrumar a casa.

Não queria ter de arrumar a alma...

segunda-feira, dezembro 01, 2003

Caderneta de sonhos...

Gosto de fazer colecção de sonhos...por vezes não se realizam.
E são esses que podemos trocar com alguém; pode ser que na mão dos outros se tornem realidade. Ou então podemos partilhar a mesma caderneta para assim ser mais fácil completá-la!

Alguém tem sonhos para troca?

sexta-feira, novembro 28, 2003

Let me stay for a while...

Let me stay for a while
Do you want me to
I´m not as you think I am
You will see it soon
I would kiss you, so
Or leave you, so

I would kiss you, so
Or leave you, so


ezspecial:in n'out


If you came to me for what I am
Would we recognize each other again?

Há amizades que se apagam sem se saber bem por quê. Há pessoas que se tornam para sempre especiais sem nunca terem sido mais do que isso. Há momentos que ficam eternos embora para sempre perdidos.

Há 5 anos... conheci uma história. Jamais terá fim.
Começarei a partilhá-la hoje, algures.

Let me stay for a while... just a while.


quinta-feira, novembro 27, 2003

...

Na escrita, tal como na vida...
... uso e abuso de reticências.


segunda-feira, novembro 24, 2003

Sei lá...

É tão mais fácil pensar que não há coincidências! E deixar correr...

Afinal o destino não tomou para si todas as responsabilidades e vai-me obrigar a assumir algumas opções. Já que sou obrigada a parar para escolher, acho que é uma boa altura de parar para pensar. Em tudo e em nada. Em mim, nos outros e nos tantos Nós. No meu mundo e no mundo que não é meu. No que já percorri e no tanto que deixei para trás. Naquilo que quero e no que não sei se quero. Naquilo que fui, que pensava ser, que idealizava vir a ser e no que sou verdadeiramente. Nas conquistas e nas desilusões.
Mas primeiro acho melhor pensar se realmente quero parar para pensar.


Está na altura de me olhar... este blog precisa de algo.
Acho que é do meu sorriso.

:-)


quinta-feira, novembro 20, 2003

Condução cega...

A Justiça move-se por auto-estradas sem saídas. Quando se engana na direcção, vai ter a um destino errado. Por mais que sejam os avisos não há possibilidade de corrigir a meio do percurso e muito menos parar. É andar para a frente... e no fim lamentar-se pelo erro. Como já está cometido, há que aceitar o novo destino. Porque os destinos, mesmo que errados assumem valor próprio, muito maior que a sua correcção, muito mais importante que o dos destinos correctos.
O problema é que o erro raramente é das pessoas.
Quem se engana na direcção geralmente é a justiça que percorre cegamente as auto-estradas da lei.

Pior que ser atropelado pelos outros, é ser-se atropelado pela Justiça.

domingo, novembro 16, 2003

Os presentes de alguns...

As minhas cidades do coração desembrulharam este fim de semana um presente. Um relvado mágico com muito muito brilho, espaço e conforto. Houve alegria, sorrisos, agradecimentos, palmas... muitos olhares deslumbrados e sonhadores, confiantes de terem ganho o mundo.

É um fim de semana feliz para ambas as cidades. Conquistaram uma nova alma, tiveram um renascer.

Sou de Aveiro e do Porto. Mas para mim este é um fim de semana triste...
...Porque acima de tudo sou Portuguesa.

segunda-feira, novembro 10, 2003

Need to find what I´m looking for...

By candle light
Sitting in my room
A strange sound caresses me
So silently
I need to find
What I´m looking for
In the melody of this strange town

Sweet music
Take me away from here
To where I want to be forever

Eyes wide shut
Imagining
The strange sound caresses me
And I miss it so

I need to find
What I´m looking for
In the melody of this strange sound

Sweet music
Take me away from here
To where I want to be forever


ezspecial:in n'out



Sometimes we want to be forever where we are already... sometimes what we are looking for we already have... our dreams are better, not reality.

What I´m looking for...it's only on my mind. Don´t really know what it is. Need to find out I guess. Each time I´m slaped in the face by other realities I feel somehow better and almost certain I´m in the right place. I´ve always been.

Each time I´m slapped in the face by other realities I feel somewhere far away from my dream, no better choices, no other options.

quinta-feira, novembro 06, 2003

Fidelidade cega...

- A sociedade retribui-te?
- Não sei... acho que não.
- Então por que é que lhe és tão fiél?

sábado, novembro 01, 2003

Little Daisy

Por vezes o mais importante é o que está por entre o la la la la la ooh da vida.

I want you to know
That I miss you
If stars start to shine
I´ll still miss you
Ohh I still miss you

I see the storm
I see a cloud
I see you running
I´m still waiting
For you
Little Daisy
This is the song
Remind us forever...together
This is the song that I
Just cannot hide


La la la la la ooh|La la la la la ooh|La la la la la ooh ooh oo| La la la la la ooh| La la la la la oohLa la la la la ooh ooh oo


ezspecial:in n'out

terça-feira, outubro 28, 2003

No meio da curva...

O gráfico das minhas emoções é sinusoidal. O meu entusiasmo pelo blog também. Neste momento encontra-se numa curva descendente.

É engraçado... enquanto corria contra o tempo o blog era o meu relógio; como estava sempre ocupada, vinha procurar-me no blog para me fazer companhia. Cada post marcava uma presença e uma necessidade de me rever. Agora que tenho algum tempo livre, perdi o entusiasmo. Como se já não valesse a pena. Já não preciso procurar-me nas palavras que escrevo à pressa ou num minuto de descompressão. Agora tenho tempo de me encontrar a todos os minutos. Não preciso visitar-me no blog. Estou de novo presente. Voltei a ser, por completo. E também não me apetece escrever devagar.

Percebi agora que o entusiasmo nem sempre reflecte o tempo disponível, antes a forma como nos sentimos e o que procuramos nesse tempo.

terça-feira, outubro 21, 2003

Dia D

O céu, o pôr do sol, as estrelas e a lua foram a minha companhia. Neles descansava os olhos. Por breves instantes passavam a ser outras as palavras dos meus pensamentos. Em todos os intantes, nunca deixaram de me trazer serenidade.

Encerro hoje um capítulo da minha vida. Durou quase 1 ano. Foi o mais importante... e também o mais inútil.


sábado, outubro 18, 2003

terça-feira, outubro 14, 2003

Espelho de água...

A comunicação social é um espelho de água... mostra uma realidade distorcida.
E só nos apercebemos disso quando conhecemos a imagem real e a comparamos com o retrato que nos é mostrado. Umas vezes reduzido, outras ampliado. Raramente um retrato fiél.

É como conhecer um país através de fotografias, sem nunca lá ter estado, sem nunca ter ouvido, cheirado ou sentido.

Os jornalistas são turistas deste tipo... têm visões supostamente imparciais sobre realidades parciais.

Ou como se diz por aí "metade do que acontece não dizem e metade do que dizem não acontece"!

quarta-feira, outubro 08, 2003

Erros e interpretações...

Quando eu digo sim e tu dizes não... isto são respostas diferentes.

Se tu insistes no não e Eu reconheço que afinal é um não
... isto é um erro. E foi corrigido.
Se tu insistes que não e eu mantenho que sim
... isto são interpretações diferentes.

Quando uma interpretação prevalece sobre a outra... isto é a Justiça.
Quando se repete a questão e afinal a interpretação que prevalece já não é a mesma... isto são os recursos da Justiça!
Quando se diz que ambas as interpretações devem ser respeitadas... e depois se diz que afinal se corrigiu um erro... isto são as contradições sobre a Justiça e os recursos da Justiça!

No fim de contas isto é mesmo a Justiça a funcionar, qual tômbola que cada vez que é rodada, arrisca-se a parar num número diferente.
Para uns, o bom sinal é poder rodá-la várias vezes... é a possibilidade de corrigir os resultados a que chamam erros.
Para outros o mau sinal é ser tômbola ... é a possibilidade de alterar os resultados a que chamam interpretações.

E isto é uma interpretação...

sábado, outubro 04, 2003

Galeria

O céu é uma obra de arte diferente todos os dias... e a cada instante!

quinta-feira, outubro 02, 2003

Contagem decrescente

19 ...


No time this time

No time for the complexities of conversation
No time smiles, no time for knowing
No time for the intricacies of explanation
No time for sharing, even less for showing

No time for a quick kiss at the railway station
No time for a suitcase, sandwich and a morning paper
Only time for time tables, calls and transportation
No time to think no time to dare

If I could
I'd slow the whole world down
I'd bring it to it's knees
I'd stop it spinning round
But as it is
I'm climbing up an endless wall

No time at all
No time this time


The Police


segunda-feira, setembro 29, 2003

Pelo lado do invisível

"Trazia-te guardado num sítio secreto em mim. E de ser tão secreto, nem eu sabia dele. Até que um dia (talvez já por estares cansado do meu silêncio, não sei) tiraste os teus olhos do sítio onde estavam em repouso e puseste-os à minha frente. Peguei nos teus olhos e coloquei-os nos meus. E só então pude ver-te no lugar certo onde existes, já não no sítio secreto em mim, mas numa morada secreta em ti. E é essa morada que procuro (agora e o tempo todo de mim) para te pôr os meus olhos nos teus. Porque quero que me vejas também no lugar certo onde existo, num sítio secreto e feliz em ti."

sexta-feira, setembro 26, 2003

Cartas do mesmo baralho...

Peças soltas do mesmo puzzle.

Andamos todos a escrever sobre o mesmo...temos é diferentes
formas de o disfarçar!

quarta-feira, setembro 24, 2003

A espera...

Há blogs que se mantem inalteraveis há semanas...meses.
O mesmo post, a mesma imagem, a mesma data antiga.

Não me canso de os visitar. Porque sei que vai valer a pena... porque já valeu.

É bom viver sem pressas...

domingo, setembro 21, 2003

Capítulos de vida...

Gostava que o livro da minha vida fosse longo
...mas com capítulos curtos.

sábado, setembro 20, 2003

E-mail para o futuro...

Acabei de enviar um e-mail a mim própria... para o receber no futuro.
Serei assim tão diferente nessa altura ou o calendário terá sido a única coisa que mudou?

Estou curiosa se terei já resolvido todas as minhas dúvidas. Terei feito a melhor opção? Terei planos? Terei começado de novo?

Neste momento não tenho nada, por isso tenho pouco a perder... a não ser o meu tempo, mesmo.

E quando o receber, lembrar-me-ei de tudo quanto escrevo aqui agora como se fosse hoje?

quarta-feira, setembro 17, 2003

Hora de ponta...

Uma praia ao fim da tarde
Uma biblioteca quase vazia
Uma música que passou de moda
Uma estrada ao romper do dia

Ler aquilo que já todos leram, já todos comentaram
e já todos esqueceram.

Um amor sem rivais
Trabalhar em Agosto
Sem maqueagem de rosto
A lua em passeios matinais.

O primeiro post de um blog com meses de idade.

Não é querer ser diferente...por um momento
...é querer ser igual aos outros
mas não ao mesmo tempo.

domingo, setembro 14, 2003

Imaginarium...

-Só se quiser levar este mundo aqui que tem muita saída em dias de festa ou cerimónia:

Imagine

Imagine there's no heaven,
It's easy if you try,
No hell below us,
Above us only sky,
Imagine all the people
living for today...

Imagine there's no countries,
It isnt hard to do,
Nothing to kill or die for,
No religion too,
Imagine all the people
living life in peace...

Imagine no possesions,
I wonder if you can,
No need for greed or hunger,
A brotherhood of man,
Imagine all the people
Sharing all the world...

You may say Im a dreamer,
but Im not the only one,
I hope some day you'll join us,
And the world will live as one

sexta-feira, setembro 12, 2003

Sem certificado de garantia...

- Vinha devolver o mundo...
veio com defeitos de fabrico, está desconfigurado e acho que o calendário tb parou.

- Mas não se aceitam devoluções.
- Hum... então será que não tem por aí outro mundo qualquer?
Eu troco por este.


quarta-feira, setembro 10, 2003

Saudades do destino...

Só tenho saudades do que não fui eu a escolher,
do que o acaso que trouxe um dia.
As minhas escolhas transformaram-se quase sempre em desilusão.

Estou quase a deixar que seja o destino a escolher outra vez.

terça-feira, setembro 09, 2003

Elixir da felicidade...

E que bem que o sol nos faz à alma...!

Noite iluminada...

Olho para a noite através do vidro, com a luz acesa... e vejo o meu quarto reflectido no céu.

O tecto pintado de estrelas, as paredes forradas de lampiões. O relógio mostra-me as horas do horizonte e a lua vê-se ao reflexo do espelho.

Apago a luz para deixar entrar o luar e regresso à noite... à mesma noite que gosto de ver com a luz acesa.

domingo, setembro 07, 2003

Os primeiros momentos...

Gosto de blogs recém-criados. Na primeiras semanas são deliciosamente autênticos e genuinos, enquanto os autores se entretêm a descobrir como se colocam os sistemas de contagens de visitantes e das caixas de comentários. Depois passam a ser escravos desses sistemas e prisioneiros do seu próprio blog. Daquilo que os outros esperam deles. Perdem o seu próprio ritmo com medo de perder quem os espia. Adquirem uma identidade reflectida.

Passam a pertencer à sociedade da blogosfera... porque ninguém cria um blog para si próprio.

O meu destino não sou eu, mas sou eu através dos outros.

sábado, setembro 06, 2003

quarta-feira, setembro 03, 2003

Porque estamos sempre a tempo...

Luna

What moonsongs
Do you sing your babies?
What sunshine do you bring?
Who belongs
Who decides who´s crazy?
Who rights wrongs where others cling?
I´ll sing for you
If you want me to
I´ll give to you
And it´s a chance I´ll have to take
And it´s a chance I´ll have to break

I go along
Just because I´m lazy
I go along to be with you
And those moonsongs
That you sing your babies
Will be the songs to see you through
I'll hear your song
If you want me to
I´ll sing along
And it´s a chance I´ll have to take
And it´s a chance I´ll have to break


Smashing Pumpkins

domingo, agosto 31, 2003

Encontro fortuito...

22:00

Hoje apanhei-te por breves instantes Lua, no teu maior esplendor... olhei passado minutos e já não estavas lá!

Ter-te-ia fixado ininterruptamente... se soubesse.

sábado, agosto 30, 2003

De regresso ao meu destino...

Quantos mais Outros vemos, mais parecidos ficamos com eles.
E eu não me quero desviar de mim... quero voltar a ser o meu reflexo.


Por isso vou voltar ao meu destino... Eu.


quarta-feira, agosto 27, 2003

sábado, agosto 16, 2003

domingo, agosto 10, 2003

sábado, agosto 02, 2003

As pessoas passarão a ser uma viagem...

As viagens também são efémeras... mas são um pacto com o qual concordamos logo de início. Se calhar é por isso que nos apaixonam tanto, porque sabemos terem fim próximo. São mais uma prova inconsciente da nossa coerência!

A vida não deixa de ser uma colecção de momentos finitos. Por isso há que saber encará-la!
As pessoas passarão a ser uma viagem, por cujas paisagens nos apaixonamos no dia em que chegamos, por onde percorremos estradas sem fim ao longo da visita e que transformamos em fotografias guardadas no álbum da nossa alma no dia da nossa partida.

quinta-feira, julho 31, 2003

Tudo é efémero...

Por que é que tudo tem que ser efémero? A vontade de fazer, o sonho de querer ser, o que nos move, o que nos apaixona, o que nos surpreende... a música que ouvimos vezes sem conta e que passou a fazer parte do passado, os sabores que se tornaram banais, os momentos que a memória transferiu para o álbum de fotografias, os projectos que deixaram de fazer sentido, as cartas que rasgamos sem querer reler, as paixões que deixamos apagar. Tudo termina... nada mantem a mesma intensidade. Porque tudo é efémero. Não conseguimos ser fiéis a nada. Só à mudança que existe em nós... só a nós mesmos.
Aprendemos a defender-nos do sentimento de perda. Já não queremos iniciar nada para não termos que ser espectadores do desmoronar da motivação. Não suportamos mais o reflexo da indiferença do nosso olhar. Porque a cada coisa nova que encontramos, passamos a criar um espaço que sabemos irá ficar vazio... abrimos uma janela por onde deixaremos de ver. Não queremos mais continuar a coleccionar tudo aquilo que tenha alguma probabilidade de se transformar em futuras memórias, por melhor que sejam. Não conseguimos olhar para trás e enfrentar todas as coisas que ficaram por fazer, por ver, por amar, por experimentar só porque de repente deixaram de fazer o mesmo sentido. Fomos nós que mudamos?
Não fazemos opções... não arriscamos escolhas.... não investimos em nada...não apostamos a alma, nem entregamos o coração. Não confiamos em nós. E procuramos...procuramos indefinidamente por algo que possa substituir a eterna insatisfação de nada nos preencher. Como é que conseguimos desligar esse temporizador que dita a longevidade dos sentimentos? Regulá-lo para que passe a contemplar o infinito.
O medo mascara-se de dúvidas. Sempre dúvidas. O desafio é acreditar no “para sempre”. O eterno nunca deixará de ser uma sombra que conseguiremos tocar... jamais...a única que é eterna.

domingo, julho 27, 2003

The dream is enough, isn´t it?

Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo!
Pobre esperença a de existir somente!
Como quem passa a mão pelo cabelo
E em si mesmo se sente diferente,
Como faz mal ao sonho o concebê-lo!

Fernando Pessoa

quinta-feira, julho 24, 2003

A imensidão de pessoas...

A imensidão afasta-me e faz-me recuar... porque já há muitos, porque já foi tudo descoberto, porque deixou de ser novidade ou porque já foi tudo dito. Não gosto de ser diferente, mas gosto de ser das poucas.
Aqui acho que cheguei tarde de mais.

Há alturas em que queremos sentir-nos apenas mais uma gota de água no oceano. Outras em que o recusamos ser... e então preferimos abandonar o oceano a afogar-nos nele.


Não quero rosas, desde que haja rosas.
Quero-as só quando não as possa haver.
Que hei-de fazer das coisas
Que qualquer mão pode colher?

Não quero a noite senão quando a aurora
A fez em ouro e azul se diluir.
O que a minha alma ignora
É isso que quero possuir.

Fernando Pessoa

Apenas pertencer...

Há coisas que gosto de admirar, apenas... momentos onde só quero ser espectadora, e dispenso qualquer papel. Há sonhos que gosto de sonhar mas não os quero viver.
Acho que este foi mais um desses momentos. A vontade não era de escrever, era apenas de pertencer...

Mais uma vez fui testemunha da minha própria coerência.


Dorme enquanto eu velo...
Deixa-me sonhar...
Nada em mim é risonho.
Quero-te para sonho,
Não para te amar.

A tua carne calma
É fria em meu querer.
Os meus desejos são cansaços.
Nem quero ter nos braços
Meu sonho do teu ser.

Dorme, dorme. dorme,
Vaga em teu sorrir...
Sonho-te tão atento
Que o sonho é encantamento
E eu sonho sem sentir.

Fernando Pessoa

Nada para dizer...

Pensei que isto dos blogs seria mais uma daquelas novidades com as quais nos entusiasmamos durante uns tempos e depois abandonamos... mas não. Afinal o entusiasmo não foi nenhum sequer. Enfrento agora o meu blog sem nada para lhe dizer... será que me cansei assim tão rápido de mim mesma? Ou talvez já me tenha dito tudo o que queria?

domingo, julho 20, 2003

O mesmo prédio... diferentes olhares III

Assim é o mundo dos blogs...

Um prédio com centenas de janelas.
O mesmo pátio vazio mas casas cheias. Portas fechadas. Ouvem-se uns aos outros e falam por entre janelas abertas, mas cada um sem sair do seu espaço. Sem autorização para ninguém entrar, apenas quem for escolhido e mesmo assim não entra... é projectado ou linkado. Um diálogo longo, em diferido. Temas escolhidos pela vontade do momento, pela liberdade do sentir. Há os vizinhos que todos conhecem e espiam... os que afastam as cortinas. Parece ninguém conseguir sobreviver sozinho mesmo. Por isso vivem nesta troca alheia de olhares e encontros, de descobertas e buscas, mas sempre por detrás do mesmo véu do espaço privado. Não saem dele, não descem ao pátio. Não se encontram no momento, só respondem a quem querem e o que querem, só ouvem alguns. Mas deixam-se ver por todos. Não se procura a sintonia nem a voz comum, procura-se apenas ser lido e ouvido; e inconscientemente ou não, um feedback que devolva a imagem e a certeza que se está vivo, ali.
Depois há os outros... os marginais, de janelas fechadas e cortinas corridas. Vivem no e para o seu mundo. Sem nada para dizer aos outros e sem nada para dizer a si próprios. Respiram o ar do seu espaço onde ninguém entra nem para espiar. Não querem ser como os outros, mas querem estar onde os outros. No mesmo prédio. Só por estar...
Existe o EU... por existir. Sem os outros. É-se eterno enquanto se quiser ser, único e reflexo de si próprio.

Assim é o culto do EU... assim é o mundo dos blogs.

O mesmo prédio... diferentes olhares II

Assim é um fórum...

Um prédio com centenas de janelas.
O pátio vazio. Cada um em sua casa mas de portas abertas. Conversas de interior, temas restritos mas comuns. Estão todos a descoberto. Entram e saem de territórios alheios sem pedir licença... instalam-se em partilhas e confrontos mais ou menos longos, num diálogo em diferido. O espaço nunca é verdadeiramente seu. As opiniões também não. Porque todos se vigiam. Procura-se ter voz ou apenas pertencer à voz comum. Há os líderes de opinião, os seguidores e os do contra. Há os que fazem daquilo um exercício de argumentação. Há os que lêem porque não sabem o que dizer, mas querem ter opinião. No final resta o que os uniu.
Existe o EU...mas porque os outros existem. É-se reflexo de um tema.

Assim é o culto da partilha... assim é um fórum.

O mesmo prédio... diferentes olhares I

Assim é um chat...

Um prédio com centenas de janelas.
Reunidos num pátio em encontros fortuitos e conversas banais. Alguns casais afastam-se num jogo de sedução, para não serem espiados. Um rodopio de entradas e saídas. Conversas curtas, interrompidas por um diálogo em directo. Temas variados, comuns ou não, estranhos, interrogados, mas sempre partilhados na hora. Procura-se a sintonia. O que existe é o momento, que se apaga na saída. Não ficam posts, mensagens, escritos, a recordação é a memória dos sentidos e dos sonhos. Há os que fazem parte do local, os que se conhecem, os que acabam de entrar, os que entram só para ver quem está; há os que sabem o que procuram, os que não querem encontrar, os que não sabem o que procurar...
Não existe o EU... existe o Eu a falar com alguém e existe o nós.

Assim é o culto do momento... assim é um chat.

sábado, julho 19, 2003

Dou comigo a pensar...

Afinal para que é que isto serve mesmo?

Pressa de nascer

Por que será que comecei a sentir uma certa pressa de me criar, desde que descobri a blogosfera? Que capacidade é esta de um blog nos dar assim tanta certeza da nossa existência? Parece que corria contra o tempo... para nascer! Como se o espaço fosse ficar saturado e não restasse um vazio para mim. Agora já existe.. e é meu, só meu! Falo comigo como nunca falei ao espelho.
Nunca tive muita paciência para diários... nos diários era eu. Aqui sou eu e mais alguma coisa... essa coisa que leio, escrevo, a quem respondo, com quem converso.
Não preciso escrever nada se não me apetecer... porque sei que este espaço é meu e o tempo eu comando.
Ainda estou para descobrir este mistério dos blogs...