sábado, janeiro 31, 2004

Lágrimas de poesia

Por que é que a tristeza é sempre tão mais poética?

Gosto de mergulhar e me afundar em escritas de lamento e melancolia, fatalistas, dramatizadas...
Às vezes sinto que é quando os olhos brilham de felicidade que a alma se apaga. Como se em vez de cumplices fossem rivais. Parece que quando nos sentimos bem, deixamos de ter o que dizer ou escrever. Como se deixassemos de sentir alguma coisa, como se tivessemos perdido alguma parte de nós.

Há um choro interior que nos apazigua. São lágrimas mais poderosas que sorrisos. Não as podemos deixar secar.


quarta-feira, janeiro 28, 2004

Prioridades máximas

Muitas vezes adiamos as coisas mais importantes da nossa vida até termos possibilidade de as tratar com a exclusividade que merecem. De tão importantes, sentimos que não lhes devemos menos e não consentimos pensar nelas sem a nossa atenção máxima. E fazemo-las esperar... e esperar.
Até termos tempo. Que acabamos por nunca ter.

E acabamos por nunca conseguir que as coisas mais importantes sejam as prioritárias na nossa vida. Fica-nos a certeza que pelo menos elas estarão sempre lá à nossa espera e a satisfação antecipada ao imaginarmos o dia em que nada mais importará e lhes poderemos entregar por completo a nossa alma.

sábado, janeiro 24, 2004

Pormenores

Ainda não aprendi por completo a dar atenção aos pormenores... a minha sobrevivência depende disso.
É apenas um pormenor. Mas distraio-me...

Ainda me falta qualquer coisa.

domingo, janeiro 18, 2004

Reflexo...

Se por um acaso eu me encontrasse na blogosfera, sem me saber autora destes escritos, será que ao longo de todas estas palavras eu me iria reconhecer?
Teria gravado este espaço nos favoritos como um reflexo de mim própria?

quarta-feira, janeiro 14, 2004

À espreita...

Por que será que alguns comentários desapareceram
misteriosamente nalguns posts?
Que selectividade!


sábado, janeiro 10, 2004

Fronteiras

Tenho saudades de um tempo e de um espaço...
...para onde não quero voltar.


terça-feira, janeiro 06, 2004

Sonho lírico!

Estou destinada a ser para sempre uma eterna insatisfeita!
Ainda não sei se isso é bom ou mau! Sei é que sou uma idealista e ainda acredito que seria possível encontrar a perfeição. Tenho sempre a esperança que vai ser desta vez, que é agora! E no final fica sempre tudo aquem! E tenho sempre algo a apontar, muito por preencher, tanto por realizar!

Não chego a ficar com expectativas frustradas, nem sequer desanimada... como se lá no fundo soubesse que aquilo que procuro não existe. Mas fico sempre nostálgica, a sonhar com o meu sonho!
Talvez seja esse sonho melhor que a própria perfeição! Que graça teria encontrar as coisas perfeitas? Deixaria de ter algo a apontar, a preencher, a realizar. Ganharia o meu ideal mas perderia o meu sonho!

E eu quero sonhar! E ser idealista!
Não será o meu verdadeiro sonho ser mesmo... uma eterna insatisfeita?!

Hoje disseram-me que eu era uma lírica! E como me deu satisfação ouvir isso! Reconfortou-me!

sábado, janeiro 03, 2004

Give me the splendid silent sun

"Give me the splendid silent sun with all his beams full-dazzling,
Give me autumnal fruit ripe and red from the orchard,
Give me a field where the unmow'd grass grows,
Give me an arbor, give me the trellis'd grape,
Give me fresh corn and wheat, give me serene-moving animals teaching
content,
Give me nights perfectly quiet as on high plateaus west of the

Give me odorous at sunrise a garden of beautiful flowers where I can
walk undisturb'd,

Give me a perfect child, give me away aside from the noise of the
world a rural domestic life,
Give me to warble spontaneous songs recluse by myself, for my own ears only,
Give me solitude, give me Nature, give me again O Nature your primal
sanities!



Keep your splendid silent sun,
Keep your woods O Nature, and the quiet places by the woods,
Keep your fields of clover and timothy, and your corn-fields and orchards,
Keep the blossoming buckwheat fields where the Ninth-month bees hum;
Give me faces and streets--give me these phantoms incessant and
endless along the trottoirs!
Give me interminable eyes---give me comrades and
lovers by the thousand!
Let me see new ones every day--let me hold new ones by the hand every day!
…give me the sound of the trumpets and drums!

Give me the shores and wharves heavy-fringed with black ships!
O such for me! O an intense life, full to repletion and varied!
The life of the theatre, bar-room, huge hotel, for me!
The saloon of the steamer! the crowded excursion for me! the
torchlight procession!
People, endless, streaming, with strong voices, passions, pageants,
… streets with their powerful throbs, with beating drums as now,
The endless and noisy chorus, the rustle and clank of muskets, (even
the sight of the wounded,)
… crowds, with their turbulent musical chorus!
… faces and eyes forever for me."


Walt Whitman


2004:
...bring me the splendid silent sun!